segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nem tadinha nem bad girl

Os estalos. Muitas vezes eles acontecem no chuveiro, mais do que eu gostaria. Mas, como diria um amigo, ideias acontecem no chuveiro e é preciso respeitá-las.

Outros, muitos estalos, acontecem depois de uma conversa com alguém. Ou depois de lembrar de uma pessoa e pensar um pouco nela. Mas sempre depois, bem depois. Os estalos são lentos e só me provam que eu não sou esperta em relação às pessoas. Sou lenta e não percebo o óbvio logo de cara.

Tudo isso pra contar o último estalo. Foi assim, um amigo me contou que tava namorando, disse "Tadinha, eu não estou apaixonado mas gosto dela". Tadinha. Eu tenho mania de chamar as pessoa de "tadinho", mas sei que não é legal. Eu não gostaria de ser chamada de tadinha, disse a ele. Ele também não. Ele prefere ser bad boy. E aí eu disse que não era bad girl também. Nem tadinha nem bad girl.

E aí depois, bem depois, eu fiquei pensando sobre o MEDO que a gente tem de ser loser, de ser tadinho, de ser digno de pena. Um orgulho monstruoso que nos faz querer, preferir ser maus a ser coitados. E toda a carga simbólica positiva que vem junto com a expressão bad boy. É pra se pensar, né. "prefiro foder os outro do que merecer algum tipo de pena". E o pior é que eu compactuo um pouco com esse pensamento. E sei que muita gente também.


* O tadinho também tem uma carga, né. Uma cultura judaico-cristã do sofrimento e da culpa. Tem quem curta, também. Que bom, né, rola uma diversidade.

Um comentário:

  1. O seu marcador está perfeito para o post (filosofia de boteco), akakaka.
    Sabe que nunca tinha parado pra pensar tão profundamente nisso. Eu também não curto o tadinha, mas também corro do bad girl. De pensar que independente disso, as pessoas acabam nos rotulando de um ou de outro em algum momento da vida...difícil!

    Beijos queridona...saudades imensas de ti!

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