quarta-feira, 21 de setembro de 2011

o poder mágico do medo

É lógico que eu não tenho esse nível de controle sobre as minhas emoções, mas esta semana eu resolvi parar de sofrer. Tava muito deprêzinha, curtindo pra caramba essa coisa de ser infeliz, mas de repente a coisa começou a ficar meio séria e eu me peguei não querendo fazer coisas que eu sempre quis muito. Não querendo viajar, não querendo encontrar os amigos, não querendo viver minha vida.

Por incrível que pareça deu certo, e esta semana eu comecei a academia, fiquei animadíssima com coisas absolutamente triviais (leia post abaixo) e recomecei os planos para as férias. Ah, se eu tivesse dinheiro. :-)

Ajudou também o Victor me dar uma sacudida, no esquema "que porra é essa?" (no estilo zen dele, claro). Ele veio me falar muito gentilmente que estava ficando de saco cheio meio cansado desse meu mimimi "ai como sofro". E olha, funciona mesmo essa coisa de ter medo de perder quem você ama. Recomendo.

Mas é isso, Vívian reloaded quarto trimestre, e eu já tô achando esse roxo meio apagadinho.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

intensidade

Nunca consegui entender porque as pessoas não eram tão intensas como eu. Eu tive e tenho amigos que reagem de uma forma normal às coisas, que amam de um jeito paciente, que veem o sexo como uma coisa a mais que está ali e que não é tão importante assim, que não olham pro mundo e pras pessoas com essa fome toda que eu tenho. Comigo é tudo sempre em excesso, como se eu precisasse transbordar pra ser eu mesma. Em alguns momentos, naqueles absolutamente nada importantes da vida, eu sinto como se fosse explodir por dentro, aquela intensidade adolescente que eu jamais consegui deixar de lado.

Eu também sou de uma frieza absurda com coisas que deveriam ser importantes. Me mantenho relativamente anestesiada naqueles momentos em que é essencial sentir alguma coisa. Eu consigo não chorar nos momentos mais choráveis da vida e sei que tenho problemas com o meu desapego a coisas, pessoas, à minha própria vida.

Esse descompasso sempre me deixou meio frustrada comigo mesma, principalmente porque normalmente quem me conhece bem me acha louca e pensa que eu superestimo certas situações (e já fui chamada de mentirosa mil vezes por causa disso), enquanto quem me conhece bem mesmo sabe que eu subestimo demais certas coisas. Enfim. É como se um dia um mecânico muito louco resolvesse brincar de testar cérebros e veio logo no meu fazer uma gracinha.

Eu fico encantada ao ver pessoas reagindo normalmente e da forma esperada a situações regulares do dia a dia. Enquanto eu fico emocionada ao ver um guarda-chuva imitando nuvens, não consigo ficar realmente triste ao saber que uma pessoa muito querida morreu. Consigo passar boas horas do meu dia feliz por coisas tão idiotas quanto encontrar um squeeze roxo em forma de guitarra ou saber que a tia do doce vai trazer brigadeiro branco esta semana. Mas não sei ficar puta quando alguém briga comigo ou até mesmo quando meus relacionamentos terminaram. Nem puta e nem triste, diga-se de passagem.

Mas é assim, quem me ama tem que me aturar.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

ela me disse

ela sempre me diz coisas que têm loucura e razão
e que doem porque são verdades
disse que somos todas buracos
a gente quer ser preenchida
e eles querem preencher

a isso se resume o mistério da vida e do amor

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

aquelas cervejas todas

Muitas muitas cervejas na geladeira, a maioria chocas porque foram descongeladas, mas quem liga. Estão lá, me olhando, latas vermelhas, latas brancas, corajosas elas porque sabem que vão ser imoladas, mas ela, a coragem, me falta. Não olho.

Quando o vejo lá, debruçado sobre os livros, lendo lendo lendo o mundo, e eu nunca serei capaz de ler tanto, não aquelas coisas, só os meus livros inúteis com histórias que esqueço logo. Eu só me lembro dos sentimentos (e pra quê se lembrar do resto, não é?). A culpa me dobra os ombros e me impede de querer aquelas cervejas todas.

O meu mundo anda tão vazio, os sons tão longes e ecos e a programação da Universal lá falando sozinha enquanto eu penso em fazer cada vez mais faxina. E os livros me olhando e eu de novo sem coragem. Cadê aquilo tudo que eu me prometia?

E eu que ganhei mais espaço. Que ironia.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

testando

estou testando uns layouts novos, mas ainda não resolvi qual vai ser

daqui a uns dias eu me decido

mas eu gosto bem de um roxinho, viu

mais uma pra hoje

Eu odeio muito a minha timidez. E odeio mais ainda o fato de SP ter me deixado mais rigorosa, mais certinha, mais receosa, menos expansiva.

Hoje foi o último dia em que eu passei no meu antigo prédio (já me mudei, hohoho) pra checar se a pintura estava ok e deixar as chaves com o porteiro para a companhia de gás passar por lá e desligar o registro.

Eu passei rapidinho e quem tava lá era o porteiro de quem eu mais gosto. Ele é bem esperto e engraçado, sempre foi muito legal com a gente e nos ajudou com várias coisas. Eu sei que o que ele fez foi de coração e ele não esperava nenhuma retribuição por isso. Sei também que ele gostava da gente e que ficou chateado quando a gente disse que ia embora.

Só que na hora de me despedir dele eu não consegui dar um abraço, agradecer por tudo. Minha timidez me travou e só foi alimentada por essa cultura paulistana que prega evitar o toque, o carinho, a proximidade. Ele me pediu desculpas por qualquer coisa, daquele jeito que as pessoas humildes fazem e que corta o coração. Mas eu fui meio fria e constrangida de uma forma que só eu consigo ser quando uma coisa me emociona.

E foi isso. Foi uma bosta, eu me senti uma idiota e me odeio por isso, beijos.

só parece

Esta semana eu conheci o blog dos Cem Homens. Que basicamente trata-se de uma menina que um belo dia decidiu ter uma vida sexualmente ativa durante um ano e colocou para si mesma a meta de transar com cem homens. Que ELA vai escolher do jeito que ELA quiser. Aí a menina deu umas duas entrevistas falando sobre isso (anonimamente, claro) e de repente o blog ficou famosérrimo e ela começou a receber xingamentos e agressões horríveis. A carga pesada foi tanta que ela desistiu do blog, que está fechado pra balanço por enquanto.

Aí, em uma conversa sobre outro assunto com um colega, ele achou estranho que uma menina fosse dividir apartamento com um cara. O que tem de mal nisso?, eu perguntei. É estranho, ele disse, e complementou dizendo que não acredita muito em amizade entre homens e mulheres.

E uma outra história, um dia desses, de uma mulher que disse que queimar sutiãs foi a pior ideia do mundo, já que as mulheres conquistaram as tarefas dos homens mas continuam igualmente responsáveis pelas tarefas de mulheres. Pelo menos no caso dela, claro.

É numa nessas que eu vejo que a nossa (r)evolução talvez não tenha acontecido de verdade. Que essa nossa sociedade mais aberta, diversa e tolerante que gostamos tanto de exibir e afagar só parece ser assim. E olha que não parece nem no discurso, como pode ser percebido pelos casos acima. Tá bem confusa essa história toda.

É bom a gente parar pra pensar se cotidianamente a gente não ouve um absurdo desses, ou se deixa passar uma ou outra piadinha, ou se no fundo contribui pra corroborar imagens como a do "pegador" e a da "vagabunda".

Olha. Tem hora que me dá um desânimo que eu nem sei se realmente o trabalho começou.