Esta semana eu conheci o blog dos Cem Homens. Que basicamente trata-se de uma menina que um belo dia decidiu ter uma vida sexualmente ativa durante um ano e colocou para si mesma a meta de transar com cem homens. Que ELA vai escolher do jeito que ELA quiser. Aí a menina deu umas duas entrevistas falando sobre isso (anonimamente, claro) e de repente o blog ficou famosérrimo e ela começou a receber xingamentos e agressões horríveis. A carga pesada foi tanta que ela desistiu do blog, que está fechado pra balanço por enquanto.
Aí, em uma conversa sobre outro assunto com um colega, ele achou estranho que uma menina fosse dividir apartamento com um cara. O que tem de mal nisso?, eu perguntei. É estranho, ele disse, e complementou dizendo que não acredita muito em amizade entre homens e mulheres.
E uma outra história, um dia desses, de uma mulher que disse que queimar sutiãs foi a pior ideia do mundo, já que as mulheres conquistaram as tarefas dos homens mas continuam igualmente responsáveis pelas tarefas de mulheres. Pelo menos no caso dela, claro.
É numa nessas que eu vejo que a nossa (r)evolução talvez não tenha acontecido de verdade. Que essa nossa sociedade mais aberta, diversa e tolerante que gostamos tanto de exibir e afagar só parece ser assim. E olha que não parece nem no discurso, como pode ser percebido pelos casos acima. Tá bem confusa essa história toda.
É bom a gente parar pra pensar se cotidianamente a gente não ouve um absurdo desses, ou se deixa passar uma ou outra piadinha, ou se no fundo contribui pra corroborar imagens como a do "pegador" e a da "vagabunda".
Olha. Tem hora que me dá um desânimo que eu nem sei se realmente o trabalho começou.
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