Eu odeio muito a minha timidez. E odeio mais ainda o fato de SP ter me deixado mais rigorosa, mais certinha, mais receosa, menos expansiva.
Hoje foi o último dia em que eu passei no meu antigo prédio (já me mudei, hohoho) pra checar se a pintura estava ok e deixar as chaves com o porteiro para a companhia de gás passar por lá e desligar o registro.
Eu passei rapidinho e quem tava lá era o porteiro de quem eu mais gosto. Ele é bem esperto e engraçado, sempre foi muito legal com a gente e nos ajudou com várias coisas. Eu sei que o que ele fez foi de coração e ele não esperava nenhuma retribuição por isso. Sei também que ele gostava da gente e que ficou chateado quando a gente disse que ia embora.
Só que na hora de me despedir dele eu não consegui dar um abraço, agradecer por tudo. Minha timidez me travou e só foi alimentada por essa cultura paulistana que prega evitar o toque, o carinho, a proximidade. Ele me pediu desculpas por qualquer coisa, daquele jeito que as pessoas humildes fazem e que corta o coração. Mas eu fui meio fria e constrangida de uma forma que só eu consigo ser quando uma coisa me emociona.
E foi isso. Foi uma bosta, eu me senti uma idiota e me odeio por isso, beijos.
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