Muitas muitas cervejas na geladeira, a maioria chocas porque foram descongeladas, mas quem liga. Estão lá, me olhando, latas vermelhas, latas brancas, corajosas elas porque sabem que vão ser imoladas, mas ela, a coragem, me falta. Não olho.
Quando o vejo lá, debruçado sobre os livros, lendo lendo lendo o mundo, e eu nunca serei capaz de ler tanto, não aquelas coisas, só os meus livros inúteis com histórias que esqueço logo. Eu só me lembro dos sentimentos (e pra quê se lembrar do resto, não é?). A culpa me dobra os ombros e me impede de querer aquelas cervejas todas.
O meu mundo anda tão vazio, os sons tão longes e ecos e a programação da Universal lá falando sozinha enquanto eu penso em fazer cada vez mais faxina. E os livros me olhando e eu de novo sem coragem. Cadê aquilo tudo que eu me prometia?
E eu que ganhei mais espaço. Que ironia.
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