quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Quase-cigana

No trabalho, um amigo (que já trabalhou numa editora) vive tentando me convencer a escrever um livro de memórias. Ele já deu título pro livro ("As Coisas que Vi e que Vivi", hahahahaha) e jura que me consegue uns prefácios bãos

O fato é que, pensando ironicamente no assunto, eu quase que tiro um roteiro para uma temporada inteira de programa de humor absurdo. Tem horas que eu me sinto aquele personagem do Peixe Grande, ou o próprio Forrest Gump, de tantas coisas incríveis que já aconteceram comigo.

Uma delas foi quase ter virado cigana (e eu só lembrei dessa história porque li umas notícias sobre uma família cigana acusada de raptar uma criança). Gente, eu quase fui batizada cigana numa praia whatever do Rio de Janeiro.

A história é assim: perto da minha casa em Minas, tinha um centro de cultura cigana. Era pra ser uma ONG mas acabava funcionando como um lugar onde davam festas, cursos de cartomancia, quiromancia (até yoga tinha), e onde faziam atendimentos. Era bizarro, mas eu tinha 18 anos e achava o máximo.

Daí que o cigano-chefe lá um belo dia me convidou para ser Diretora de Marketing e Comunicação do centro (coloquei em letra maiúscula para reforçar o absurdo). Eu, meio que rendida e envergonhada pelo que deveria ser percebido como uma homenagem, aceitei. E minha primeira missão foi ir à Câmara Municipal tentar convencer um vereador X a entrar com um projeto de lei a favor dos ciganos. O que, no alto da minha incompetência juvenil, obviamente não consegui.

Passou o tempo (algumas semanas, meses, jamais saberei) e, um belo dia, fui convidada para virar cigana. Com direito a viajar para o Rio, passar a noite ao relento na praia e, depois de algumas festas e celebrações, virar cigana. É óbvio que eu topei. Achei tudo muito legal até o dia em que vi que não tinha dinheiro pra ir. E tava meio com preguiça. E aí não falei nada: só sumi. Nunca mais apareci no centro. 

Certifico e dou fé que é verdade.

Depois conto mais histórias, beijos.

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