terça-feira, 1 de julho de 2014

Não vou falar de Copa

Mas de certa forma, vou. Ontem o Suárez (meu parente, hehe) pediu desculpas pelo que fez, de ter dado a mordida no italiano. Disse que não voltará mais a fazer e etc. Achei legal demais, principalmente porque ele negou mil vezes que tinha mordido. Não voltou atrás. Acho que foi pressionado pelo clube ou alguém "importante", sei lá. Mas pediu desculpas, falou que tava errado e tal.

A merda dessa nossa cultura (nem sei de onde vem isso, porque não conheço uma só cultura que não tenha isso) é nunca podermos voltar atrás. Mudar de ideia é uma vergonha. Reconhecer que fez merda. Que não pensou direito e foi lá fazer sem saber. Na semana passada mesmo fiquei puta porque um fornecedor disse que se enrolou com a agenda da Copa e não conseguiu ver um negócio que eu pedi pra ele. Foi sincero, sabe. A grande maioria daria um migué qualquer e fingiria que está fazendo. Mentiria só pra não revelar a fraqueza.

Como a gente cobra essas coisas dos outros, acaba internalizando também, né. Vejo isso na política. Os debates podres que rolam na internet. Se a pessoa reavalia o seu pensamento, se repensa suas ideias, é fraca. Se admite que errou, também. É ruim isso, né. Impede a gente de crescer.

Outro dia o Victor falou um negócio tão lindo pra mim (como eu amo esse homem) que uma coisa que ele gostava no nosso relacionamento era o fato de pensarmos diferente. Que eu desafio ele o tempo todo. A repensar as verdades dele. E a melhorar como ser humano, e tal. Quase morri de amor, mas isso não vem ao caso. Queria que mais pessoas pensassem assim, que é possível voltar atrás, pedir desculpa, mudar de ideia, sem ser um banana ou um fraco. É uma bobeira, né, mas ia fazer diferença no mundo, eu acho.

Um comentário: