Eu me agarro com unhas e dentes em uma expressão da minha mãe que diz. "A melhor fase da vida da mulher é aos 30 anos". Eu acreditei nisso e continuo acreditando, agora com aquela fé meio desesperada de quando você está no olho do furacão. Os 30 vieram com bons ganhos - estou feliz no meu casamento, aprendi a falar "marido" sem me sentir estranha, aceitei minhas celulites e acho que não estou tão mal assim para a idade. Beleza.
O lado ruim dos 30 é que qualquer movimento que você faz precisa ser cuidadosamente planejado. E com o tempo acho que vai ficar pior. Uma viagem, a decisão de como gastar o dinheirinho guardado, o sonho de fazer um mestrado, a doce melodia que toca internamente na sua cabeça te mandando ter um filho: tudo isso é sério, e grave, e me parece meio urgente. Qualquer passo que eu decidir dar vem com um peso terrível de uma coisa definitiva. Eu não tinha isso aos 20 e poucos. Há um tempinho atrás, já em SP, eu tinha absoluta certeza de que podia fazer tudo, que daria tempo, que eu podia pedir demissão, fazer um ano sabático, começar uma nova vida, que sempre haveria aquela brilhante luz no fim do túnel. Rolava uma confiança inacreditável.
Mas agora eu não tenho mais isso. Sobraram as celulites, o dinheirinho na conta, aquela maturidade irritante que eu sempre tive e que foi bastante agravada pela responsabilidade cega do meu marido. Veio a seriedade e a pressa de tomar uma decisão logo, antes que seja tarde e eu me torne uma frustrada.
Continuo, porém, indo aos bares da vida - ainda que menos - pra encontrar os amigos. Então bora tomar uma cerveja. A sensação de caretização tá foda.
sexta-feira, 23 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
Desde que eu voltei a trabalhar eu tô nessa. Uma angústia. Uma insatisfação como resultado do meu trabalho. Tudo o que eu escrevo eu tô achando uma bosta (e pode acreditar, quanso eu acho uma bosta, minha editora também acha. Temos o mesmo senso estético). Eu sei que é fase, eu sei que passa. Sei que vou voltar a ter orgulho dos meus textos assim que eu conseguir ficar calma novamente e não mais desesperada pra produzir como eu ando fazendo.
Esse mimimi todo é pra dizer como eu tenho umas fobias profissionais na vida:
Fobia nº 1: Ser puxa-saco - Eu tenho medo de elogiar o chefe, eu tenho medo de ficar amiga do chefe, eu já me afastei de amigos que eram amigos antes de serem chefes, só pra não rolar um preconceito. Na minha opinião, ser considerada uma puxa-saco é o me tornar automaticamente o ser mais asqueroso da vida.
Fobia nº 2: Ser folgada - Eu nunca fui folgada. Tenho a maior disposição pra trabalhar. Mas tenho momentos de preguiça e de ócio. E, no meio desses momentos, o que me faz voltar a trabalhar loucamente é a minha querida mania de achar que eu não faço o suficiente. Ainda mais agora que eu fui contratada e etc. Não quero que a minha produtividade caia.
Fobia nº 3: A de que minhas crises criativas nunca mais vão acabar - Eu sugiro muita pauta. Tenho várias ideias, boas e ruins. Escrevo muito. Mas olha, tem alguns momentos, alguns dias, em que a coisa tá feia. Não consigo criar. E vai me batendo um desespero, e quanto maior esse sentimento, pior fica a coisa. Já durou semanas, pra vocês terem uma ideia. Junto com a Fobia nº 2, eu começo a ter pesadelos, dormir mal, ter medo de ser demitida. Sério.
Sim, eu sou louca. Beijos.
Esse mimimi todo é pra dizer como eu tenho umas fobias profissionais na vida:
Fobia nº 1: Ser puxa-saco - Eu tenho medo de elogiar o chefe, eu tenho medo de ficar amiga do chefe, eu já me afastei de amigos que eram amigos antes de serem chefes, só pra não rolar um preconceito. Na minha opinião, ser considerada uma puxa-saco é o me tornar automaticamente o ser mais asqueroso da vida.
Fobia nº 2: Ser folgada - Eu nunca fui folgada. Tenho a maior disposição pra trabalhar. Mas tenho momentos de preguiça e de ócio. E, no meio desses momentos, o que me faz voltar a trabalhar loucamente é a minha querida mania de achar que eu não faço o suficiente. Ainda mais agora que eu fui contratada e etc. Não quero que a minha produtividade caia.
Fobia nº 3: A de que minhas crises criativas nunca mais vão acabar - Eu sugiro muita pauta. Tenho várias ideias, boas e ruins. Escrevo muito. Mas olha, tem alguns momentos, alguns dias, em que a coisa tá feia. Não consigo criar. E vai me batendo um desespero, e quanto maior esse sentimento, pior fica a coisa. Já durou semanas, pra vocês terem uma ideia. Junto com a Fobia nº 2, eu começo a ter pesadelos, dormir mal, ter medo de ser demitida. Sério.
Sim, eu sou louca. Beijos.
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