Nos últimos dias:
- Escutei um volume de preconceitos babacas coxinhas inimagináveis na vida, do tipo: "ele tem sotaque do interior, MAS é um bom profissional", "polícia tem que bater em manifestante mesmo, é pra isso que serve" e "meu filho pode ter a profissão que quiser, tipo, sei lá, dançarino, mas quando quiser um carro eu vou falar: olha filho, que vida você escolheu". Sim. SIM. Eu ouço essas coisas todos os dias.
- Fui fazer reavaliação física na academia, já ciente que não estava lá aquela beleza, mas não só engordei MUITO como ganhei MUITA gordura e fui perguntada se eu tenho ciência do meu "problema de retenção de líquidos". "Sim, eu sei, tenho total consciência do quanto é abominável e tento tratar e esconder desde os 14 anos". Mas nada funciona e eu continuo nessa. Ah, e fui chamada de falsa magra. Falsa magra = gorda, amiguinho.
- Comecei uma matéria como aluno especial na USP me achando a fodona intelectual e não entendi nem uma palavra de nenhum dos 4 textos que li. Sou a patricinha burra de uma sala cheia de acadêmicos que não se penteiam e usam colar de frutos do mar, mas que sabem citar teóricos clássicos da Geografia.
- Vivo a vida como se fosse um zumbi, preenchendo cada brecha da vida com uma aula joguinho internet rede social para não pensar nessa grande merda em que eu me atolei.
- Tive que acordar em horários nunca dantes acordados para vir trabalhar.
- Fiquei gripada por causa do ar condicionado antártico que fica zunindo nas minhas costas.
Mas sempre pode piorar, né, gente.
Então calemo-nos.
terça-feira, 18 de março de 2014
terça-feira, 11 de março de 2014
A questão é: cansei
Como 70% das pessoas que moram nessa cidade.
Eu ficaria se fosse num esquema super mega conveniente, tipo ir a pé pro trabalho e fazer um horário, sei lá, de 11h às 20h. Com direito a fins de semana e feriados. E um salário decente, claro. Mesmo assim eu pensaria meia vez para ir para, digamos, Luxemburgo, ganhar metade do meu salário e trabalhar de atendente de hostel.
Aqui não posso ter tempo, não posso ter a minha própria casa, não vejo meus amigos, não vejo o meu marido que mora comigo, não faço academia do jeito que quero porque sempre estou cansada demais, não tenho lazer no fim de semana porque só quero dormir porque estou cansada demais, não vou no cinema porque tem muita fila, vamos continuar essa lista até o fim dos tempozzzzzzzzz.
Fora que super vai dar merda, eu tenho pesadelos com o nível do reservatório da Cantareira na Copa. Caos zumbi agora, imagina na Copa.
Alguém me salva de SP, por favor.
Eu ficaria se fosse num esquema super mega conveniente, tipo ir a pé pro trabalho e fazer um horário, sei lá, de 11h às 20h. Com direito a fins de semana e feriados. E um salário decente, claro. Mesmo assim eu pensaria meia vez para ir para, digamos, Luxemburgo, ganhar metade do meu salário e trabalhar de atendente de hostel.
Aqui não posso ter tempo, não posso ter a minha própria casa, não vejo meus amigos, não vejo o meu marido que mora comigo, não faço academia do jeito que quero porque sempre estou cansada demais, não tenho lazer no fim de semana porque só quero dormir porque estou cansada demais, não vou no cinema porque tem muita fila, vamos continuar essa lista até o fim dos tempozzzzzzzzz.
Fora que super vai dar merda, eu tenho pesadelos com o nível do reservatório da Cantareira na Copa. Caos zumbi agora, imagina na Copa.
Alguém me salva de SP, por favor.
Todo carnaval tem seu fim
(Aprendam: quando uma pessoa cita Los Hermanos, ou significa que ela está melancólica ou então, sei lá, ela é esquisita mesmo. Eu gostei um pouco de Los Hermanos uns anos atrás, mas sofria demais quando ouvia, então meio que desisti. Ia cortar os pulsos a qualquer momento.)
A questão é que: na minha vida, não há Carnaval perfeito. O desse ano foi o mais próximo de perfeito que se pode chegar, mas como eu precisei viajar mais de 13 horas para ir e 13 horas para voltar, incluindo carona, ônibus cata-jeca, crianças chorando de madrugada, trânsito indecente no meio do caminho que me atrasou pelo menos umas duas horas AND paradas rodoviárias escrotas, perfeito não é exatamente a palavra a ser usada aqui. Minas é mais longe que a Europa, gente.
Mas quando cheguei na casa do meu irmão e vi meus dois sobrinhos, a minha linda que está enorme e quase uma moça, o pequeno que é um pacotinho que fala, canta, corre e me chama o tempo todo, sumiram todas as 26 horas de viagem. Fiquei com eles o tempo todo e extravasei toda a minha maternidade inexistente porque né, filhos, SP não trabalha.
Resumindo: limpei bundas, nadei na piscina e inventei a brincadeira do sapo com xixi venenoso, fiz minha sobrinha escrever a primeira carta da vida dela pra mim (a ser recebida). Meu sobrinho perdeu o medo de molhar o cabelo e não perdeu o sotaque de Cebolinha. O resto da família também foi, aquela bagunça, jogamos baralho, fizemos churrasco, bebemos, essas coisas de família. Tudo ok e sem brigas.
Mas aí eu precisei voltar né. Depressão total. Assisto os vídeos do meu sobrinho em looping e já dei umas choradinhas e tal. Vou ali escutar Los Hermanos, não sei se volto e etc.
A questão é que: na minha vida, não há Carnaval perfeito. O desse ano foi o mais próximo de perfeito que se pode chegar, mas como eu precisei viajar mais de 13 horas para ir e 13 horas para voltar, incluindo carona, ônibus cata-jeca, crianças chorando de madrugada, trânsito indecente no meio do caminho que me atrasou pelo menos umas duas horas AND paradas rodoviárias escrotas, perfeito não é exatamente a palavra a ser usada aqui. Minas é mais longe que a Europa, gente.
Mas quando cheguei na casa do meu irmão e vi meus dois sobrinhos, a minha linda que está enorme e quase uma moça, o pequeno que é um pacotinho que fala, canta, corre e me chama o tempo todo, sumiram todas as 26 horas de viagem. Fiquei com eles o tempo todo e extravasei toda a minha maternidade inexistente porque né, filhos, SP não trabalha.
Resumindo: limpei bundas, nadei na piscina e inventei a brincadeira do sapo com xixi venenoso, fiz minha sobrinha escrever a primeira carta da vida dela pra mim (a ser recebida). Meu sobrinho perdeu o medo de molhar o cabelo e não perdeu o sotaque de Cebolinha. O resto da família também foi, aquela bagunça, jogamos baralho, fizemos churrasco, bebemos, essas coisas de família. Tudo ok e sem brigas.
Mas aí eu precisei voltar né. Depressão total. Assisto os vídeos do meu sobrinho em looping e já dei umas choradinhas e tal. Vou ali escutar Los Hermanos, não sei se volto e etc.
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