terça-feira, 18 de março de 2014

Sempre pode piorar

Nos últimos dias:

- Escutei um volume de preconceitos babacas coxinhas inimagináveis na vida, do tipo: "ele tem sotaque do interior, MAS é um bom profissional", "polícia tem que bater em manifestante mesmo, é pra isso que serve" e "meu filho pode ter a profissão que quiser, tipo, sei lá, dançarino, mas quando quiser um carro eu vou falar: olha filho, que vida você escolheu". Sim. SIM. Eu ouço essas coisas todos os dias.

- Fui fazer reavaliação física na academia, já ciente que não estava lá aquela beleza, mas não só engordei MUITO como ganhei MUITA gordura e fui perguntada se eu tenho ciência do meu "problema de retenção de líquidos". "Sim, eu sei, tenho total consciência do quanto é abominável e tento tratar e esconder desde os 14 anos". Mas nada funciona e eu continuo nessa. Ah, e fui chamada de falsa magra. Falsa magra = gorda, amiguinho.

- Comecei uma matéria como aluno especial na USP me achando a fodona intelectual e não entendi nem uma palavra de nenhum dos 4 textos que li. Sou a patricinha burra de uma sala cheia de acadêmicos que não se penteiam e usam colar de frutos do mar, mas que sabem citar teóricos clássicos da Geografia.


-  Vivo a vida como se fosse um zumbi, preenchendo cada brecha da vida  com uma aula joguinho internet rede social para não pensar nessa grande merda em que eu me atolei.

- Tive que acordar em horários nunca dantes acordados para vir trabalhar.


- Fiquei gripada por causa do ar condicionado antártico que fica zunindo nas minhas costas.

Mas sempre pode piorar, né, gente.
Então calemo-nos.

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