Eu gosto médio do programa do Lobão. Acho que ele fala demais, que é muito confuso e que ele não consegue verbalizar a maior parte das coisas que ele pensa de uma forma inteligível. Acho que foi por isso que o programa foi cancelado, né. Motivos óbvios.
Mas ele deu uma entrevista essa semana que eu achei muito legal. E, óbvio, tem muitas coisas que ele fala que eu curto de verdade. Uma delas é essa crítica ao politicamente correto, que é muito antiga, desde que o politicamente correto existe. Mas ele dá um olhar muito legal pra essas coisas.
Ele falou acho que pensando na capa da Veja dessa semana, que coloca o casal Huck como representantes da era do bom-mocismo. E ele falou que tá muito limpinha a coisa, as pessoas só ficam se elogiando, ninguém critica nada, não há debate e quando é, é agressão.
Gostei demais. Gostei inclusive porque eu sou uma daquelas que confunde debate com agressividade. Eu sou totalmente fruto dessa geração do politicamente correto, eu separo o lixo, chego sempre na hora, respeito os velhinhos e pago as contas em dia. Não gosto de chatear as pessoas e sou fofa.
Mas é um saco mesmo esse negócio de bom-mocismo. De não poder fumar na TV e nem falar palavrão. De não poder falar mal de alguém com medo de ser processado ou julgado pela opinião pública. Como se a vida fosse uma novela do Manoel Carlos e todo mundo fosse herdeiro bronzeado pelo sol do Leblon.
E aí a gente vê coisas dos anos 80 e lembra que houve tempos em que isso tudo fazia bem pouco sentido. Experimente você pegar um Roda Viva dessa época em que mal se vê o entrevistado sob toda aquela cortina de fumaça.
Ah, cancelaram? Lobão forever. Preciso comprar o livro dele, aliás.
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