Eu sempre fui desastrada. Esquecida. Desajeitada. Enrolada. Parte é pela minha genética fofa, parte pelo fato de eu ser canhota, parte inexplicada. E aí que eu nunca liguei muito pra isso, sempre fiz piada com o fato de o meu anjo da guarda ser o melhor e ficava meio brava quando as pessoas me chamavam pra realidade.
Só que um belo dia, mais precisamente no dia 07 de fevereiro, estava eu curtindo minha última semana de férias quando sofri o acidente mais ridículo da minha vida. Entrei numa loja, não vi direito onde pisei e caí de uma altura considerável. Bati as costas, a perna e trinquei a bacia. Fiquei duas semanas de repouso e me culpando mortalmente por não ser mais cuidadosa.
O bom de ter ficado essas duas semanas em casa, além das visitas e dos mimos que recebi, foi entender que eu nunca, jamais, em tempo algum, posso passar tantos dias sozinha. Eu sempre achei que o melhor emprego do mundo era trabalhar de casa, frilando e organizando meu horário como quiser. Defendi o home office com unhas e dentes. Mas não, minha gente. Ficar em casa (e eu cheguei a semi-trabalhar uns dois dias) só me tornou mais louca, descontrolada, deprimida e ansiosa.
Gente faz falta. Faz falta reclamar de alguém, ficar irritada com o colega que grita, fofocar na hora do almoço, fazer uma piada com a pessoa que tá do lado, ouvir um cochicho na outra mesa. Dar risada da roupa ou do cabelo de alguém que veio trabalhar mais inspirado. Resmungar do outro que fez corpo mole e não quis te ajudar. Levantar pra pegar uma água e dar uma olhada geral no que tá rolando no escritório.
Esta semana vim trabalhar com o maior sorriso e ninguém está entendendo nada, porque estou convalescente, meio mancando e devia querer descansar. E, juro, termino o dia desejando loucamente a minha casa. A diferença é que eu cheguei à conclusão de que aquela sensação de "que saco trabalhar" é até que gostosinha. Faz bem e alimenta a alma ter algo do que reclamar quando se chega em casa. (Além da parte boa, mas se esse blog fosse de partes boas ele não teria esse nome, né.)
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