Você já sentiu?
O coração parando por um segundo? De saudade mesmo, quando você ouve uma música ou de repente aparece um alguém ou um tempo na sua cabeça e de repente o coração para, de verdade?
Hoje eu me peguei suspirando. Suspirando mesmo, e eu que achava que suspiro era coisa de literatura. Mas não é. E eu tô achando que suspiro é o grau máximo da saudade. Tipo, quanto chega a suspirar, é caso perdido.
Bom, esse post é só pra registrar que no dia 26 de fevereiro de 2010, eu senti tanta saudade que cheguei até a suspirar. E a parar o coração só um pouquinho.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Sobre o que é importante
E aí que eu cheguei em casa triste da vida por ele ter perdido uma coisa importante e que fazia ele feliz.
Pronta pra mimar e pra segurar o choro, perguntei:
- Você tá bem?
- Por incrível que pareça, tô sim. Fiquei pensando que a gente tá tão bem e isso não me deixou ficar mal.
SOCO NO ESTÔMAGO.
Pronta pra mimar e pra segurar o choro, perguntei:
- Você tá bem?
- Por incrível que pareça, tô sim. Fiquei pensando que a gente tá tão bem e isso não me deixou ficar mal.
SOCO NO ESTÔMAGO.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Hilda Hilst
Essa entrevista saiu na revista Cult, mas eu peguei aqui.
CULT – Você nomeia Deus de muitas maneiras: “Grande coisa obscura”, “Cara cavada”, “Máscara do nojo”, “Cão de pedra”, “Superfície de gelo encravada no riso”. Sua concepção de Deus se aproxima da do poeta alemão Rainer Maria Rilke, do Deus imanente a todas as coisas, do “Deus coisificado”?
H.H. – Não é bem isso. O meu Deus não é material. Deus eu não conheço. Não conheço esse senhor. Eu sempre dizia que Ele estava até no escarro, no mijo, não que Ele fosse esse escarro e esse mijo. Há uma coisa obscura e medonha nele, que me dá pavor. Ele é uma coisa. Se bem que depois que eu li Heidegger, e releio sempre, não consigo mais falar “coisa”. Heidegger escreveu um livro enorme só para falar o que é uma coisa. Mas esse tipo de conversa você não pode pôr na revista. As pessoas ouvem falar em Deus e se chateiam. Tem que falar de coisas normais. Só quando o Paulo Coelho fala em Deus é que as pessoas escutam.
CULT – Você foi convidada a participar do Salão do Livro de Paris deste ano e se recusou a ir. Por quê?
H.H. – Eu não vou nem a Pirituba mais. Eu acho um engodo você ter que aparecer e se mostrar. Eu quero que me leiam. Eu não quero explicar o meu trabalho. Você acha normal ficar explicando? E também eu só sei falar a minha língua. Leio muito bem em francês, mas não saberia falar em outra língua as coisas que eu falo em português. Ir lá para quê? Paris era bom quando eu fodia, com vinte anos.
CULT – Você continua escrevendo?
H.H. – Não. O que eu escrevi é tão bonito… Eu leio e fico besta. Como é possível eu ter feito uma coisa tão deslumbrante e ninguém compreender? Chega uma hora, quando você vai envelhecendo, vai dando um desapego, você não se importa mais com nada. Nem com a fama. Eu fico lembrando a passagem da Odisséia em que Ulisses está na gruta e o ciclope pergunta “Quem é?”. E ele responde “Ninguém, meu nome é Ninguém”. É assim que eu me sinto: ninguém, ninguém. Um astrólogo amigo meu disse que em outra vida eu fui uma puta. Por isso que nessa vida eu fiquei obscura, porque na outra eu fui muito conceituada enquanto puta (risos).
CULT – Você nomeia Deus de muitas maneiras: “Grande coisa obscura”, “Cara cavada”, “Máscara do nojo”, “Cão de pedra”, “Superfície de gelo encravada no riso”. Sua concepção de Deus se aproxima da do poeta alemão Rainer Maria Rilke, do Deus imanente a todas as coisas, do “Deus coisificado”?
H.H. – Não é bem isso. O meu Deus não é material. Deus eu não conheço. Não conheço esse senhor. Eu sempre dizia que Ele estava até no escarro, no mijo, não que Ele fosse esse escarro e esse mijo. Há uma coisa obscura e medonha nele, que me dá pavor. Ele é uma coisa. Se bem que depois que eu li Heidegger, e releio sempre, não consigo mais falar “coisa”. Heidegger escreveu um livro enorme só para falar o que é uma coisa. Mas esse tipo de conversa você não pode pôr na revista. As pessoas ouvem falar em Deus e se chateiam. Tem que falar de coisas normais. Só quando o Paulo Coelho fala em Deus é que as pessoas escutam.
CULT – Você foi convidada a participar do Salão do Livro de Paris deste ano e se recusou a ir. Por quê?
H.H. – Eu não vou nem a Pirituba mais. Eu acho um engodo você ter que aparecer e se mostrar. Eu quero que me leiam. Eu não quero explicar o meu trabalho. Você acha normal ficar explicando? E também eu só sei falar a minha língua. Leio muito bem em francês, mas não saberia falar em outra língua as coisas que eu falo em português. Ir lá para quê? Paris era bom quando eu fodia, com vinte anos.
CULT – Você continua escrevendo?
H.H. – Não. O que eu escrevi é tão bonito… Eu leio e fico besta. Como é possível eu ter feito uma coisa tão deslumbrante e ninguém compreender? Chega uma hora, quando você vai envelhecendo, vai dando um desapego, você não se importa mais com nada. Nem com a fama. Eu fico lembrando a passagem da Odisséia em que Ulisses está na gruta e o ciclope pergunta “Quem é?”. E ele responde “Ninguém, meu nome é Ninguém”. É assim que eu me sinto: ninguém, ninguém. Um astrólogo amigo meu disse que em outra vida eu fui uma puta. Por isso que nessa vida eu fiquei obscura, porque na outra eu fui muito conceituada enquanto puta (risos).
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Quarta de cinzas
Carnaval não precisa ter bloco, né. Nem festa, nem micareta, nem gente suada e bêbada. Carnaval precisa só das pessoas certas pra dar certo. E de nós mesmos, claro.
Nos últimos quatro dias eu estava em uma Ilha, cercada de água fresca e sem nenhum contato com o universo que não fosse o meu amor e mais um casal de amigos. Uma ilha com praias lindas, e mesmo não sendo possível visitar todas elas, foi acolhedora e energizante.
Eu estava em um povoado de pescadores evangélicos que resolveram fazer um carnaval gospel. Fiz uma trilha de duas horas pra ir e duas pra voltar em um calor escaldante, que torceu meu joelho e quase me matou de cansaço. Tive que lidar com uma amiga reclamona que eu amo demais, mas que até brigou comigo porque eu não topei ir a mais lugares e fazer mais passeios. Enfrentei com paciência a necessidade de rotina do meu amor, que tinha que tocar viola todos os dias, e eu aproveitava pra dormir ao som de Bach. Fiz inúmeras viagens meio desconfortáveis em barcos lotados. E, pra piorar, estou mais que falida.
Eu olho pra todas essas coisas com uma alegria tão grande pela minha capacidade de rir de mim mesma, de me refugiar no meu mundo quando o tempo não está tão favorável para aproveitar os bons momentos... Pra mim, meu carnaval foi de beijos, risadas, muita água, mar esmeralda e uma sensação contínua de estar no Caribe. Mesmo ao som de um carnaval gospel.
Nos últimos quatro dias eu estava em uma Ilha, cercada de água fresca e sem nenhum contato com o universo que não fosse o meu amor e mais um casal de amigos. Uma ilha com praias lindas, e mesmo não sendo possível visitar todas elas, foi acolhedora e energizante.
Eu estava em um povoado de pescadores evangélicos que resolveram fazer um carnaval gospel. Fiz uma trilha de duas horas pra ir e duas pra voltar em um calor escaldante, que torceu meu joelho e quase me matou de cansaço. Tive que lidar com uma amiga reclamona que eu amo demais, mas que até brigou comigo porque eu não topei ir a mais lugares e fazer mais passeios. Enfrentei com paciência a necessidade de rotina do meu amor, que tinha que tocar viola todos os dias, e eu aproveitava pra dormir ao som de Bach. Fiz inúmeras viagens meio desconfortáveis em barcos lotados. E, pra piorar, estou mais que falida.
Eu olho pra todas essas coisas com uma alegria tão grande pela minha capacidade de rir de mim mesma, de me refugiar no meu mundo quando o tempo não está tão favorável para aproveitar os bons momentos... Pra mim, meu carnaval foi de beijos, risadas, muita água, mar esmeralda e uma sensação contínua de estar no Caribe. Mesmo ao som de um carnaval gospel.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Bonsenso
Ficou feia essa palavra, né? Bonsenso. Mas enfim, vamos lá.
A cena abaixo acontece comigo pelo menos umas duas vezes por semana.
Eu, trabalhando. Barulho de teclado enlouquecido. Chega uma pessoa qualquer:
- Oi, Vi.
- Oi
- Você tá brava?
- Não
- Nossa, tá com cara de brava
- Não tô brava não, tô ocupada.
Às vezes eu falo que tô ocupada pra pessoa se ligar, às vezes não porque eu não tenho saco de falar isso sempre.
Gente, mas vamos lá. Supondo que eu estivesse brava. O fato dessa pessoa (não é uma única pessoa, são algumas pessoas, mais do que eu gostaria) chegar e perguntar se eu estou brava não me deixaria teoricamente mais brava?
Como eu não estou brava, só ocupada, o fato dessa pessoa me perguntar se estou brava muitas vezes me deixa brava, porque a pessoa corta meu raciocínio pra fazer uma pergunta idiota e sem resposta.
OU SEJA.
Bonsenso, né, gente?
O mais incrível é que quando eu tô no Twitter, lendo e-mail, no facebook, vendo notícias fúteis ou simplesmente moscando essas pessoas nunca vêm. É tipo mosca no mel, né, gente, eu atraio idiotas, só pode.
A cena abaixo acontece comigo pelo menos umas duas vezes por semana.
Eu, trabalhando. Barulho de teclado enlouquecido. Chega uma pessoa qualquer:
- Oi, Vi.
- Oi
- Você tá brava?
- Não
- Nossa, tá com cara de brava
- Não tô brava não, tô ocupada.
Às vezes eu falo que tô ocupada pra pessoa se ligar, às vezes não porque eu não tenho saco de falar isso sempre.
Gente, mas vamos lá. Supondo que eu estivesse brava. O fato dessa pessoa (não é uma única pessoa, são algumas pessoas, mais do que eu gostaria) chegar e perguntar se eu estou brava não me deixaria teoricamente mais brava?
Como eu não estou brava, só ocupada, o fato dessa pessoa me perguntar se estou brava muitas vezes me deixa brava, porque a pessoa corta meu raciocínio pra fazer uma pergunta idiota e sem resposta.
OU SEJA.
Bonsenso, né, gente?
O mais incrível é que quando eu tô no Twitter, lendo e-mail, no facebook, vendo notícias fúteis ou simplesmente moscando essas pessoas nunca vêm. É tipo mosca no mel, né, gente, eu atraio idiotas, só pode.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Penélope
O Lars Von Trier estuda fazer um filme chamado Melancolia <3.
O filme terá como tema o planeta Melancolia, que se aproxima da Terra <3
A atriz principal será Penélope Cruz <3
E, como diria meu amigo Mike, eu estou muito curiosa pra Von Trier fazer com ela muito mais do que fez com a Charlotte Gainsbourg, que nunca esteve tão incrível em Anticristo.
Penélope chegou no seu auge de beleza, mas ainda falta esse estímulo pra ser a melhor atriz que pode ser. Eu realmente acredito nela.
O filme terá como tema o planeta Melancolia, que se aproxima da Terra <3
A atriz principal será Penélope Cruz <3
E, como diria meu amigo Mike, eu estou muito curiosa pra Von Trier fazer com ela muito mais do que fez com a Charlotte Gainsbourg, que nunca esteve tão incrível em Anticristo.
Penélope chegou no seu auge de beleza, mas ainda falta esse estímulo pra ser a melhor atriz que pode ser. Eu realmente acredito nela.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Comunicando sem comunicar
Durante um tempo, muito tempo até, eu quis muito voltar a trabalhar em redação. Era um sonho, e eu passei por todas as fases - a da esperança, a da dor por não conseguir, a revolta por não ser indicada pra nada, o alívio de fazer alguns frilas. Acho que todas as fases do luto de não conseguir, se é que existe esse luto.
Hoje eu atendi o telefone de manhã bem cedo. Era um jornalista trainee de uma grande editora, me passando uma pauta que seria capa de uma das revistas mais legais da área de economia/negócios. O menino não conseguia nem explicar direito o que era a pauta, ele não tinha ideia do que estava fazendo, não conhecia o mercado para o qual iria escrever a matéria e eu tive que ajudá-lo a estruturar o pensamento. Quer dizer.
Este ano eu comecei com o firme propósito de não tentar voltar pra redação, nem sequer querer. No fundo, tinha aquela vontadezinha que tava sumindo aos poucos. Mas hoje, depois desse telefonema, eu coloquei o restinho de poeira que restava dessa vontade dentro da pá e joguei no lixo. Confesso que fiquei decepcionada com o rumo que as coisas estão tomando.
O engraçado é que, pelo menos nas assessorias, a reclamação é geral. Muita gente mal-preparada, muito texto ruim, muitas perguntas fracas, entrevistas ruins. E do lado de lá, entre os amigos que trabalham em redação, sempre há reclamações de assessores burros, com release medíocres que viram piada depois e que vendem pautas péssimas.
Ou seja, a decepção mesmo é com o segmento em geral, não só com uma parte dele. Uma pena, né?
Hoje eu atendi o telefone de manhã bem cedo. Era um jornalista trainee de uma grande editora, me passando uma pauta que seria capa de uma das revistas mais legais da área de economia/negócios. O menino não conseguia nem explicar direito o que era a pauta, ele não tinha ideia do que estava fazendo, não conhecia o mercado para o qual iria escrever a matéria e eu tive que ajudá-lo a estruturar o pensamento. Quer dizer.
Este ano eu comecei com o firme propósito de não tentar voltar pra redação, nem sequer querer. No fundo, tinha aquela vontadezinha que tava sumindo aos poucos. Mas hoje, depois desse telefonema, eu coloquei o restinho de poeira que restava dessa vontade dentro da pá e joguei no lixo. Confesso que fiquei decepcionada com o rumo que as coisas estão tomando.
O engraçado é que, pelo menos nas assessorias, a reclamação é geral. Muita gente mal-preparada, muito texto ruim, muitas perguntas fracas, entrevistas ruins. E do lado de lá, entre os amigos que trabalham em redação, sempre há reclamações de assessores burros, com release medíocres que viram piada depois e que vendem pautas péssimas.
Ou seja, a decepção mesmo é com o segmento em geral, não só com uma parte dele. Uma pena, né?
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Êta vida difícil (ou até 20 de fevereiro)
E aí que eu começo a acreditar em inferno astral. Porque não tem outra explicação para o chão se abrir de repente e você achar tudo chato, feio, ruim. Não tem.
E eu devia estar na melhor vibe do mundo, porque estou vivendo uma época incrível, estou feliz com meus hormônios, eles estão felizes comigo, e o chão se abriu de uma forma esse mês que, nossa. Foi um abismão mesmo.
E a pior sensação desse abismo é como se eu estivesse em um filme do Bergman, uma solidão com gente, parece que tá todo mundo falando holandês e eu aqui, no português sofrido, cantando fados e poesias. E o resto falando de Big Brother e Lost.
Nada contra quem fala de Big Brother e Lost. Mas a minha dor, né.
Bom, deixa eu curtir a minha dor. Até porque eu tenho um samba pra escrever, um gato pra adotar e todos os fados e tangos que preciso aprender ainda.
E eu devia estar na melhor vibe do mundo, porque estou vivendo uma época incrível, estou feliz com meus hormônios, eles estão felizes comigo, e o chão se abriu de uma forma esse mês que, nossa. Foi um abismão mesmo.
E a pior sensação desse abismo é como se eu estivesse em um filme do Bergman, uma solidão com gente, parece que tá todo mundo falando holandês e eu aqui, no português sofrido, cantando fados e poesias. E o resto falando de Big Brother e Lost.
Nada contra quem fala de Big Brother e Lost. Mas a minha dor, né.
Bom, deixa eu curtir a minha dor. Até porque eu tenho um samba pra escrever, um gato pra adotar e todos os fados e tangos que preciso aprender ainda.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
sutilezas da vida
Tomar uns chopinhos com a Giovana, que eu não via há tanto tempo!
Dar risadas com a Denise e ver como ela tá tão linda de barrigão.
Fazer compras em um bazarzinho delicioso com a Rita.
E tudo isso em menos de uma semana!
Eu ainda me impressiono com a capacidade que os amigos têm de deixar a gente feliz.
É pra essas sutilezas que eu vivo, juro.
Dar risadas com a Denise e ver como ela tá tão linda de barrigão.
Fazer compras em um bazarzinho delicioso com a Rita.
E tudo isso em menos de uma semana!
Eu ainda me impressiono com a capacidade que os amigos têm de deixar a gente feliz.
É pra essas sutilezas que eu vivo, juro.
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