quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quarta de cinzas

Carnaval não precisa ter bloco, né. Nem festa, nem micareta, nem gente suada e bêbada. Carnaval precisa só das pessoas certas pra dar certo. E de nós mesmos, claro.

Nos últimos quatro dias eu estava em uma Ilha, cercada de água fresca e sem nenhum contato com o universo que não fosse o meu amor e mais um casal de amigos. Uma ilha com praias lindas, e mesmo não sendo possível visitar todas elas, foi acolhedora e energizante.

Eu estava em um povoado de pescadores evangélicos que resolveram fazer um carnaval gospel. Fiz uma trilha de duas horas pra ir e duas pra voltar em um calor escaldante, que torceu meu joelho e quase me matou de cansaço. Tive que lidar com uma amiga reclamona que eu amo demais, mas que até brigou comigo porque eu não topei ir a mais lugares e fazer mais passeios. Enfrentei com paciência a necessidade de rotina do meu amor, que tinha que tocar viola todos os dias, e eu aproveitava pra dormir ao som de Bach. Fiz inúmeras viagens meio desconfortáveis em barcos lotados. E, pra piorar, estou mais que falida.

Eu olho pra todas essas coisas com uma alegria tão grande pela minha capacidade de rir de mim mesma, de me refugiar no meu mundo quando o tempo não está tão favorável para aproveitar os bons momentos... Pra mim, meu carnaval foi de beijos, risadas, muita água, mar esmeralda e uma sensação contínua de estar no Caribe. Mesmo ao som de um carnaval gospel.

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