sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Comunicando sem comunicar

Durante um tempo, muito tempo até, eu quis muito voltar a trabalhar em redação. Era um sonho, e eu passei por todas as fases - a da esperança, a da dor por não conseguir, a revolta por não ser indicada pra nada, o alívio de fazer alguns frilas. Acho que todas as fases do luto de não conseguir, se é que existe esse luto.

Hoje eu atendi o telefone de manhã bem cedo. Era um jornalista trainee de uma grande editora, me passando uma pauta que seria capa de uma das revistas mais legais da área de economia/negócios. O menino não conseguia nem explicar direito o que era a pauta, ele não tinha ideia do que estava fazendo, não conhecia o mercado para o qual iria escrever a matéria e eu tive que ajudá-lo a estruturar o pensamento. Quer dizer.

Este ano eu comecei com o firme propósito de não tentar voltar pra redação, nem sequer querer. No fundo, tinha aquela vontadezinha que tava sumindo aos poucos. Mas hoje, depois desse telefonema, eu coloquei o restinho de poeira que restava dessa vontade dentro da pá e joguei no lixo. Confesso que fiquei decepcionada com o rumo que as coisas estão tomando.

O engraçado é que, pelo menos nas assessorias, a reclamação é geral. Muita gente mal-preparada, muito texto ruim, muitas perguntas fracas, entrevistas ruins. E do lado de lá, entre os amigos que trabalham em redação, sempre há reclamações de assessores burros, com release medíocres que viram piada depois e que vendem pautas péssimas.

Ou seja, a decepção mesmo é com o segmento em geral, não só com uma parte dele. Uma pena, né?

Um comentário:

  1. super pena. e acho que se você está bem onde está não tem pq sair. vc é ótima profissional e vai ser aí, na redaçao ou em qq outro lugar. :)

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