Eu elegi o mundo como minha família. E foi uma escolha difícil. Me afastar, aos poucos, de uma cidade, de um núcleo, de um relativo conforto. Em busca de algo que não sabia o que era, ainda não sei. Mas me afastei.
Fiz uma escolha boa. Lutei muito. Conheci um monte de gente legal, coisas incríveis, comportamentos novos. Derrubei centenas de preconceitos. Me preocupo minimamente com o que os outros pensam. Venci neuras, inseguranças. O afastamento me deixou mais forte: é um modo de vida, ser sozinho e forte.
Desenvolvi outras muletas: meu trabalho, meus amigos, meu amor, minha fome de mundo. Minha muleta maior, porém, foi a auto-suficiência. É comigo que eu conto, com a minha capacidade de raciocinar, tomar decisões, ponderar.
Foi duro, tem sido duro. Tenho tentado ser mais suave. Tenho tentado chorar. Criar laços com minhas raízes. Dói bastante, mas não há como fugir do que se é. E, enquanto isso, enquanto tiro todos os monstros empoeirados do armário, entendo que essa, sim, é a minha fraqueza.
(essa é a segunda versão desse texto. tirei a última frase)
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