Prólogo: Pensando seriamente em fazer um blog só sobre putaria. Porque o espaço aqui tá sendo pequeno...
Um dos filmes da Mostra de Cinema que eu vi ontem se chama "Para Poucos". É um francês muito bom que conta a história de dois casais que começam amigos e, logo no começo do filme, formam um "quadrado" amoroso. É uma relação muito interessante porque, como bons franceses, eles aparentemente lidam muito bem com o fato de que a mulher está transando com outro, desde que eles também participem comendo (ou dando para) alguém.
O legal do filme nem é isso. O interessante é observar como esse tipo de situação vai causando impacto sobre a autoestima, o ciúme e a relação de tdas as pessoas envolvidas. E você vai percebendo como cada um reage, vai vendo os limites e inseguranças, e acaba não sabendo bem onde começa o amor e onde termina o sexo. Se é que tem uma linha divisória, né.
No filme, a coisa foi evoluindo de um jeito que se tornou incômodo pra todo mundo. De repente, uma relação sem regras foi ficando cheia de segredos e de instruções sobre o que fazer e o que não fazer. A ponto de uma das mulheres ser proibida de encostar os pés no marido da outra. As pessoas sofrendo porque não conseguiam pensar em outra coisa a não ser no outro casal. E eles acabaram terminando, e a cena de término é sensacional. As duas mulheres chorando ao telefone, e uma perguntando pra outra: "mas vocês vão passar as férias sem a gente?", "eu posso ligar pra vocês se tiver saudade?". Parece muito aquele tradicional diálogo de dois quando estão no fim. É algo.
Me fez pensar sobre o quanto as pessoas estão dispostas a viver aventuras (de todos os tipos, não só as sexuais) hoje em dia. E elas estão bem dispostas, eu acho. O problema é que elas não dão conta das consequências. Uma coisa é você querer algo, outra bem diferente é lidar com tudo aquilo que aquela escolha te traz e que você só tem ideia do que é depois que chega. Parece papo de mãe pra filho adolescente, mas é isso mesmo. É para poucos.
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