segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

quinta série

Religiosamente ele me procura. É engraçado porque eu quase nunca me lembro dele, mas ele sempre surge com uma dúvida, uma pergunta, um comentário ou algo do tipo. Ele sempre me manda uma mensagem ou um email ou um recado no facebook.

Ele nunca me tratou bem, e continua não me tratando. Num passado bem passado, quando eu gostava dele e ele sabia, ele me esnobava como ninguém. Mas não sumia. Jamais. Eu nunca fui burra, apesar de ter sido bastante inocente, e sabia o que isso significava. Que ele queria manter uma certa reserva de mercado para que, quando ele precisasse, quando estivesse sozinho e sem opções, sempre tinha aquela menina magrela que gostava dele.

Só que isso já faz tempo. E ele continua. Me chamando por apelidos depreciativos, fazendo comentários infantis, me perguntando coisas que só eu sei. "Como é o nome daquela banda que vc gostava mesmo? Tô querendo lembrar aquela música". Não faz sentido. São perguntas que só eu posso responder, e muitas das coisas eu nem me lembro mais. Mas ele continua. Forçando um contato, e esperando talvez que eu tivesse continuado como reserva de mercado, agora menos magrela.

E isso só reforça a grande, sábia e inexorável teoria de que nunca saímos da quinta série. Bendito o dia em que me foi dada essa sabedoria.

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