quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

uma fuga de Bach

O que mais me angustia é o fato de eu entender cada vez menos das motivações dos outros. O que afeta diretamente as minhas próprias motivações.

Eu não sei porque as pessoas vivem em busca de carros casas roupas viagens baladas restaurantes cabelos silicones lipos melhores e incríveis. E ficam nesse engolimento todo dessas experiências e coisas que não fazem o MENOR sentido. Mas no dia seguinte eu acordo louca pra sair comprando como se não houvesse amanhã.

E eu ando triste porque o meu engolimento que me tirava de tudo, meu alcoolzinho que me fazia tão legal e descolada e inteligente e engraçada, "olha como a Vívian é doida", não tem mais cabimento nenhum. E isso é triste pra caralho. Tomar uma decisão tão racional de ser você mesmo e ter que encarar tudo isso. Sem remédios. Sem drogas. Sem consumir nem comprar nada. Porra, é uma dor. Tapas na cara diários de realidade.

E o fato de estar lúcida e mais lúcida me faz entender menos ainda os outros. E perder a conexão com tudo isso. E a mente vagueia por aí, sem rumo, mendigamente.

Eu não quero nada disso. Não quero queijos e vinhos nas sextas à noite, não quero amigos com hora marcada pra ir embora dizendo como sou legal, não quero ir no bar/bistrô da moda pra falar que fui, não quero roupas indie, música indie, festivais indie, os indies que se fodam. Não quero ficar nessa espiral de substituir o happy hour de um dia pela viagem do fim de semana pelas férias fantásticas pela praia exclusiva pelo iPhone iPad iPod.

Cara, e como eu tô sozinha nisso tudo.

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