quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

que coisa

O ano de 2010 foi uma choradeira só nesse blog e, a julgar pelo conteúdo dos posts, parece até que foi terrível. Não foi. Esse finalzinho é que foi bem triste porque eu perdi uma das pessoas mais incríveis que já conheci. Mas fazendo um balanço muito racional, esse ano está entre os melhores da minha vida.

Eu saí do Brasil pela primeira vez, em uma viagem maravilhosa com o meu amor. Depois viajei de novo, passei um mês na Inglaterra fazendo uma das coisas que mais adoro na vida, que é estudar, e me divertindo de verdade. Consegui terminar a minha pós e, se Deus quiser, dou o ponto final na monografia até o dia 31 de dezembro. Consegui o emprego dos meus sonhos em uma virada tresloucada da sorte que até hoje eu não entendi. Fui pedida em casamento, aceitei e estou mais apaixonada que nunca. Consegui encontrar meus amigos nos momentos importantes. Menos do que eu queria, sempre, mas consegui. Fiz alguns planos bacanas, dei muitas risadas, chorei acima da média e cuidei bastante de mim.

Agradeço demais. Sério. Inclusive quem me leu durante o ano todo e ficou preocupadíssimo com essa minha patológica mania de escrever coisas tristes.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

então é Natal

Mas aqui, em São Paulo, com chuva, trânsito e todo aquele stress de falta de tempo X todos aqueles presentes pra comprar, confesso que não é bom.
Natal legal mesmo é um outro, feito de momentos.

Mas esse não tem como prever, então depois eu conto.

Ou não. Vai depender de como estiver São Paulo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

um novo olhar

Eu nunca tinha perdido alguém da família. Ninguém tão próximo.
Essa semana o cara lá de cima pegou a minha vovó emprestada, do alto dos seus 93 anos, para continuar fazendo peraltices por lá. Foi uma partida serena, apesar de triste, apesar de doída. Senti falta dela desde o primeiro momento, mas acho que vou continuar com essa saudade pelo resto da vida.

Moramos juntas. Vivemos um monte de coisas juntas. Ela me fez ter um novo olhar pra vida, ela me ensinou muito sobre doação, sobre trabalho, independência, relacionamentos. Nossa, foi um turbilhão de ensinamentos, todos eles bons.

Aí ela se foi. Junto com um pedaço da minha infância e da minha adolescência, que eu acho que ela curtiu mais em mim. Ela me curtiu demais, foi aquela avó que todo mundo sonha ter. Tive sorte, de verdade.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

eu queria um casamento assim

Eu vou me casar. Não tenho dinheiro e nem uma religião. Tenho uma família que amo muito e que tem expectativas sobre a primeira filha. Um namorado ateu e tímido. Amigos de que gosto muito e que gostaria que estivessem lá.

Não tem nenhum lá ainda. Casar, pelo menos por aqui, na babacolândia*, é um absurdo. Eu queria um casamento com comida simples, música boa e um vento quase frio. Um vestido que não seja de noiva mas que seja lindo. Um arranjo de cabeça. Algumas flores na mão, mesmo que colhidas por acaso. Fotos boas, mas não profissionais. Uma viagem legal de lua de mel.

Não quero igreja, nem banda, nem filmagem, nem alugar vestidos. Não faço questão de comilança, festança, dia de noiva, cabelos e maquiagem incríveis. No fundo, eu queria um casamento pé no chão, em todos os sentidos que isso possa ter.

O problema é que o casamento que eu quero não existe. Pelo menos não por aqui.




* é todo um conceito. Mas acho que dá pra entender. Pelo menos quem reconhece toda a cultura babacóide que nos cerca.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eu odeio o dia dos namorados

Nem é Dia dos Namorados. Mas eu tava lendo um blog que não lia há quase um ano e dei de cara com um post escrito justamente no dia 12 de junho.

Dia, aliás, em que fui pedida em casamento este ano, mas eu gosto desse dia por isso e não por ser Dia dos Namorados (olha eu fugindo do assunto).

O Dia dos Namorados é horrível porque você se sente na obrigação de ser melosa, romântica e fazer fofurinhas mesmo quando está de TPM ou cansada ou qualquer outra coisa.

Você não pode ir a um restaurante que gosta, não pode nem escolher um vinho no supermercado. Vai estar trânsito, as lojas estarão insuportavelmente cheias e chatas. Você tem que encarar fila no motel, o que, pra mim, é um sinônimo de inferno na Terra.

No fundo, a parte de ganhar e dar presentes é a mais legal.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mais uma coisa que eu descobri

Se alguém nunca reclama de nada, não é que não tenha problemas.

Talvez tenha problemas demais e não queira contar por vergonha.
Talvez tenha tão poucos problemas que acha que os outros têm mais.
Talvez tenha problemas médios e não queira incomodar ninguém.
Talvez não reclame porque acha que não ajuda a resolver os problemas.

Mas quando alguém que nunca reclama de nada começa a reclamar de alguma coisa, mesmo que seja uma só, e não encontra ouvidos?

Talvez seja a melhor explicação para nunca reclamar dos problemas.

Desculpa, Sartre

Não adianta a gente querer entender porque aquilo que incomoda é tão ruim.
Não adianta tentar mudar o outro ou ficar criticando tanto o porquê dele ser tão outro.


O importante mesmo é entender porque aquilo que incomoda incomoda tanto.


Porque o inferno não são os outros. O inferno é a gente.