terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Oi, meu nome é Vívian

e eu largo os textos do blog pela metade porque tenho preguiça de continuar, beijos.

A lucianohuckzação do Brasil

Eu gosto médio do programa do Lobão. Acho que ele fala demais, que é muito confuso e que ele não consegue verbalizar a maior parte das coisas que ele pensa de uma forma inteligível. Acho que foi por isso que o programa foi cancelado, né. Motivos óbvios.

Mas ele deu uma entrevista essa semana que eu achei muito legal. E, óbvio, tem muitas coisas que ele fala que eu curto de verdade. Uma delas é essa crítica ao politicamente correto, que é muito antiga, desde que o politicamente correto existe. Mas ele dá um olhar muito legal pra essas coisas.

Ele falou acho que pensando na capa da Veja dessa semana, que coloca o casal Huck como representantes da era do bom-mocismo. E ele falou que tá muito limpinha a coisa, as pessoas só ficam se elogiando, ninguém critica nada, não há debate e quando é, é agressão.

Gostei demais. Gostei inclusive porque eu sou uma daquelas que confunde debate com agressividade. Eu sou totalmente fruto dessa geração do politicamente correto, eu separo o lixo, chego sempre na hora, respeito os velhinhos e pago as contas em dia. Não gosto de chatear as pessoas e sou fofa.

Mas é um saco mesmo esse negócio de bom-mocismo. De não poder fumar na TV e nem falar palavrão. De não poder falar mal de alguém com medo de ser processado ou julgado pela opinião pública. Como se a vida fosse uma novela do Manoel Carlos e todo mundo fosse herdeiro bronzeado pelo sol do Leblon.

E aí a gente vê coisas dos anos 80 e lembra que houve tempos em que isso tudo fazia bem pouco sentido. Experimente você pegar um Roda Viva dessa época em que mal se vê o entrevistado sob toda aquela cortina de fumaça.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Confusa

E aí que eu vi essa história de uma menina de uns 30 anos que a cada 7 anos faz um ano sabático. Ela trabalha durante sete anos e no outro ano tira um sabático. E é jornalista, vejam bem.

Eu amo e ao mesmo tempo odeio esse tipo de história. Pelo mesmo motivo: porque saber que isso existe mostra que é possível. E que existem pessoas com propósitos de vida que ultrapassam o próximo fim de semana. E que existem pessoas que sacrificam suas finanças durante sete anos (o que, para um jornalista, é deveras sacrificante) para viver um ano em um outro lugar fazendo outra coisa absurdamente diferente. E que essa pessoa provavelmente abdicou de outros sonhos como comprar uma casa, ter filhos ou até mesmo poder se aposentar algum dia.

Ou então ela é rica mesmo e eu estou aqui fazendo papel de idiota.

Sem mais.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Só podia ser um Rosa

"Tudo que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar"
(João Guimarães Rosa)

Agora eu estou com essa mania de Guimarães Rosa. Apesar de ter que estudar, de ter que terminar minha monografia, de ter que limpar a casa, fazer as coisas sérias, eu, auto-sabotadora profissional, vou assistir a seriados, vou a restaurantes e ao cinema.

Mas o meu segredo, o mais querido, amado e guardado de todos: antes de dormir, eu pego o meu Grande Sertão: Veredas de cabeceira, leio meia página ou apenas uma frase e ganho o dia, a semana, o ano inteiro.

E sempre tenho vontade de chorar de plenitude com sabedoria tão simples.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

tinha alguma coisa que eu queria falar mas eu esqueci

Mas acabei lembrando de outra coisa. De como brasileiro paga pau pra gringo, né.

Eu acabei de conversar com um francês e me peguei rindo das piadas idiotas dele. Por pura condescendência, pelo fato de ele ser francês e conseguir falar português. Piadas das quais eu não riria se fosse um paulistano qualquer, um carioca, um gaúcho, sei lá. UMA PIADA RUIM. Não me perdoo.

Tô quase fazendo terapia pra tentar entender essa merda. Ou talvez devesse tentar encontrar piadas melhores pelo mundo. Porque o que falta nesse planeta é gente que sabe fazer piada boa.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Down

A pior coisa que pode acontecer comigo é saber que alguém que eu amo está mal. É pior do que se a dor fosse minha - eu desejo aquela dor pra mim, porque eu sei esquecer.

E eu não tenho esse poder que desejo tanto. Tenho só o poder de sofrer junto. E talvez sofrer mais. Não perdoo quem magoa as pessoas que eu amo. Não consigo ficar feliz com essa dor alheia.

Sofro demais. Caio no fundo do poço. É horrível.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ontem foi o dia dele

Ele tava mal-humorado há dias. Eu tentando não falar, mesmo sendo difícil, porque a pior coisa no meio do mau humor é quando alguém pergunta se você tá mal-humorado. É a morte e eu faço isso sempre.

Ontem, eu o acordei com beijos, um presente pessimamente embrulhado e um café da manhã em um lugar diferente. Mesmo com o dia chuvoso e aquela preguiça toda.

Liguei pra ele umas duas vezes no dia, só pra falar um pouquinho e ele, lógico, ficou bravo. Não gostou do telefone tocando tantas vezes. Afinal, é um capricorniano.

À noite, fomos com dois amigos comer num restaurante novo e legal. Tomamos muito vinho, demos muitas risadas e não cantamos parabéns. Não teve bolo nem sobremesa.

Chegamos cansados. Dormimos logo.

Hoje, saindo de casa para o trabalho, quando eu caminhava para o elevador, dei o último "tchau" pra ele. Depois do beijinho, ele disse:

- Foi bom ontem, né.

E isso me valeu o ano inteiro de 2011.