Voltar de férias é sinal de crise. Por isso é que até agora não tive coragem de falar aqui sobre as minhas férias. Elas são minhas. São internas, exclusivas, não são públicas. Só eu sei o que senti nessas férias. As impressões estão gravadas dentro de mim, não na câmera fotográfica ou no Facebook.
Mas nem é sobre isso que eu queria falar. Eu queria falar sobre São Paulo, e falar sobre isso sempre me dá uma angústia doida e essa melancolia que eu amo, misturada com a alegria que sinto de viver aqui. Na semana passada, passei pelo Viaduto do Chá às oito da noite. A cidade tava linda, iluminada, e lembrei de mim mesma há quatro anos atrás, passando pelo mesmo lugar às cinco da manhã, abraçando a cidade inteira e gritando o quanto eu era feliz de viver aqui.
Deu uma vergonhinha de ter feito isso, mas deu mesmo foi saudade do tempo em que eu ainda não tinha sido contaminada por toda essa desilusão paulistana. Não é fácil conviver com tanta gente que reclama de São Paulo. Vira hábito, como virou hábito falar "meu" e "entãããão". E dói muito ter que admitir que minha alegria foi consumida - e eu que tanto negava que isso ia acontecer.
Ainda amo muitas coisas, e sei que vou amar pra sempre - meus restaurantes queridos, feirinhas deliciosas, bairros onde eu sempre vou querer morar, os melhores cinemas com os melhores filmes, os parques, o metrô, até a tal da interação do transporte público de que sempre reclamam. Os sebos, os brechós, os bares, o chopp. A Rua Augusta, a Liberdade, a minha casa Vila Madalena com a vista mais linda do mundo.
Mas não é o mesmo mais. Isso é triste. Perceber que eu tÔ virando a página de São Paulo.
Qual das duas máximas devem estar corretas?
ResponderExcluir1. O seu mundo cresceu rápido demais...
2. Feliz é o ignorante, que é genuinamente feliz apenas com o que tem...
I think I might know what you mean.
Beijos,
Fer Moraes