sexta-feira, 1 de abril de 2011

quando as peças não encaixam

você começa a pensar o porquê das coisas.

e se questionar seriamente se não valeria a pena ser só alguém que não fez uma universidade, não fez estágios, não se mudou pra uma cidade com oportunidades melhores, não trabalhou, não teve aumentos e tapinhas nas costas, não batalhou terrivelmente por todas essas oportunidades.

e se de repente fosse bem melhor ter encostado em alguém: um pai, uma mãe, uma avó, e ser apenas aquela prima/irmã/cunhada/whatever que todo mundo tem na família e que é meio fracassada e que todo mundo olha, balança a cabeça e fala: "coitada".

uma pessoa com algum pequeno problema de drogas e alcoolismo que não impeça de ter uma vida social bem mais legal que a minha e que faça academia, massagens e compre roupas numa loja bacana sempre às custas de alguém, sempre tem alguém disposto.

assim, não dá pra entender.

enquanto você dá umas moedas pra um mendigo e lembra que aquelas eram as últimas moedas que te mantinham no azul, você simplesmente cai na real e pensa porque raios mesmo você tinha tanto medo de virar um mendigo. Porque né, sempre tem alguém disposto.

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